Os Caminhoneiros de todo o Brasil fazem neste sábado (26) o sexto dia da greve da categoria, ao menos 596 pontos ativos de bloqueios em estradas pelo país, segundo informou a PRF (Polícia Rodoviária Federal). A mobilização continua afetando a prestação de serviços e provocando desabastecimento de produtos alimentícios e combustíveis em todo o Brasil. O movimento se consolida como um dos maiores protestos realizados no Brasil, apesar de o governo ter acionado a polícia e as Forças Armadas.
O presidente Michel Temer publicou um decreto autorizando o uso das forças de segurança federais,a ação é considerada uma medida extrema devido a falta de articulação e negociação com o movimento. O anuncio feito pelo governo decretando um acerto com associações de caminhoneiros não foi reconhecida pelos manifestantes. A Greve continua e pode ser reconhecida como o maior fracasso político do pouco representativo governo de Michel Temer. A ação dos militares foi garantir o abastecimento de combustível de aeroportos e frotas oficiais que começaram a escoltar caminhões-tanque para refinarias em todos os estados do Brasil.
O s caminhoneiros paralisados na cidade de Maracás estão concentrados nos postos de combustível e não estão bloqueando a BA-026, a Carlomagnum entrevistou os caminhoneiros de Santa Catarina e São Paulo que estão há mais de cinco dias com seus caminhões estacionados esperando um acordo com o governo federal. Assista a entrevista exclusiva realizada por Roberto Carlomagnum.
A greve dos caminhoneiros é fruto da aproximação de diversas entidades que representam a categoria e questionam as recentes elevações nos preços cobrados pelo óleo diesel. Uma das principais envolvidas é a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que reúne vários sindicatos espalhados pelo país. A adesão ao movimento ganhou força, nas últimas semanas, com a convocação de motoristas e a circulação de informações via redes sociais.
Menos tributos
A categoria quer reduzir o peso de tributos sobre o óleo diesel e, consequentemente, diminuir o preço. Na noite de quarta-feira (23), a Câmara dos Deputados aprovou projeto que elimina a cobrança de PIS/Cofins sobre o diesel até o fim de 2018. Agora, o texto precisa passar pela chancela do Senado.
Preços da Petrobras
Os caminhoneiros cobram revisão na política de preços dos combustíveis da Petrobras. Conforme a categoria, os ajustes quase diários dificultam a definição dos valores cobrados pelos fretes no país. Até o momento, o governo e a estatal descartaram publicamente alterações na estratégia. Em vigor desde julho de 2017, a política tenta alinhar os valores àqueles cobrados no mercado internacional. Para isso, leva em consideração a variação do dólar e do barril de petróleo. Entre investidores, a estratégia recebe elogios. Eventuais mudanças seriam vistas como ingerência política do governo na estatal.
Pagamento de pedágios
A categoria solicita a extinção da cobrança de pedágios para eixos erguidos. Hoje, no retorno de viagens, mesmo sem carga, os caminhoneiros pagam taxa referente ao número de eixos de seus veículos. A cobrança, frisa a categoria, independe de parte deles estar erguida por falta de peso.