O fim da globalização como a conhecemos

“O mundo será instável, compartimentado e suas partes sob suspeita mútua. Haverá empobrecimento geral e desaceleração tecnológica. Se antes havia sincronia e concerto, agora haverá assincronia e desordem. Navegação em águas turbulentas. Bem-vindos ao século XXI”, escreve Toni Timoner, especialista em cenários de risco global em uma instituição financeira de Londres, em artigo publicado por Letras Libres, 13-03-2020. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Covid-19 é o espinho na globalização. O que a crise de 2008-09 e a revolta identitária não tinham conseguido em uma década, um vírus alcançará em meses. A pandemia é um cisne negro de manual, um unknown unknown que altera o curso da história. Este é o cenário pessimista que está sobre nós.

O retraimento do comércio internacional se acelerará. Os exportadores já estão reconfigurando suas cadeias de fornecimentos e aproximando a produção ao custo das ações. Os importadores aumentarão as barreiras tarifárias como resposta. Esse processo já havia começado com a guerra comercial e agora entrará em operação. A Ásia e o Ocidente se isolam mutuamente. Uma cortina de ferro econômica sobre o mundo.

A viagem internacional sairá prejudicada, especialmente a intercontinental. Nem todas as restrições que agora são impostas, serão eliminadas após a normalização. Haverá mais atritos com a circulação legal de pessoas e alguns sistemas de vistos mais rigorosos. O Espaço Schengen será questionado e as identidades cosmopolitas vistas com receio.

Até agora, as respostas dos governos foram desiguais, erráticas e descoordenadas. Cada um por sua conta. As multilaterais ausentes e fora do jogo. A doutrina Trump de individualismo geopolítico, sem querer, sai reforçada. A “mão invisível” no mercado global das nações é a que estabelecerá os novos equilíbrios, frágeis e precários, a partir de agora.

A reputação das democracias liberais ocidentais está em jogo entre seus cidadãos. Sua capacidade de resposta e gerenciamento rompeu-se. Tudo aponta que a legitimidade dos regimes asiáticos de disciplina coletiva (Coréia do Sul) e coerção estatal (China) sairá reforçada. Seu relato será o vencedor.

O desabamento do preço do petróleo revela tensões entre russos e sauditas e coloca todos os exportadores contra as cordas. A OPEP pode entrar em colapso em razão de desacordos internos e da corrida suicida de oferta descontrolada. RússiaIrãArábia Saudita, com rendas declinantes, são animais feridos que desestabilizarão suas regiões. Isso irá agravar a crise migratória na vizinha Europa.

Os esforços contra a mudança climática vão para o espaço. Os acordos serão suspensos e os planos adiados. E as energias limpas entrarão em bancarrota iminente pelo barateamento selvagem do petróleo. Serão necessários vários sustos climáticos para voltar à coordenação. E, então, já teremos cruzado vários limites de irreversibilidade.

O mundo será instável, compartimentado e suas partes sob suspeita mútua. Haverá empobrecimento geral e desaceleração tecnológica. Se antes havia sincronia e concerto, agora haverá assincronia e desordem. Navegação em águas turbulentas. Bem-vindos ao século XXI.

Via:  Instituto Humanitas Unisinos – IHU

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