Tradição e Emoção na Pega de Boi no Mato em Machado Portela

O distrito de Machado Portela de Marcionílio Souza realiza a tradicional ‘Pega de Boi no Mato’, essa tradição nordestina faz parte da valorização e representatividade do vaqueiro e mantém viva a cultura passada ao longo do tempo, mostrando a força e habilidades do vaqueiro nordestino.

Vaqueiros Nordestinos
Filme Institucional

A Pega do Boi é um esporte equestre semelhante à Vaquejada, a prática desse esporte remonta os primeiros tempos da ocupação do sertão nordestino. Antigamente, numa época onde não existia o arame farpado, os animais eram criados soltos pelas propriedades rurais.

Dessa forma, quando chegava o momento de reunir o gado, os vaqueiros entravam no mato, em grupo, para a ‘pega.’

Naquela época, o final da Pega de Boi virava uma grande confraternização. Depois de reunir os animais, era normal encontrar gado misturado. Aí que entra as famosas festas de ‘apartação’, Os vaqueiros de várias fazendas se juntavam para separar os bois que pertenciam aos seus donos. Criavam-se nesse momento, entre os habitantes do sertão, fortes laços de amizade.

Diferente da Vaquejada, onde o boi corre numa arena demarcada, sendo derrubado por uma dupla de cavaleiros, a Pega de Boi acontece no meio da vegetação catingueira. Os vaqueiros encourados entram dentro do mato, em cima dos seus cavalos velozes, para pegar o boi. É uma versão mais ‘rústica’ e exige muita habilidade.

A semelhança está no objetivo que os dois esportes têm: o de preservar a memória do sertanejo, reconhecendo a valentia e a importância dessa figura tão importante. E ao manter viva uma tradição, faz com que o esporte cresça cada vez mais por todo o Nordeste brasileiro.

Para cumprir a prova, os vaqueiros devem enfrentar espinhos de juremas e touceiras de xique-xique, demonstrando coragem e valentia. Qualquer acidente pode ser fatal, pois, segundo os sertanejos, os cavalos chegam a alcançar 60 km/h na velocidade máxima da corrida no meio da vegetação ressequida e pontiaguda.

A Pega de Boi por esse motivo, as roupas de couro são essenciais. São usadas pelos vaqueiros para se proteger de acidentes na busca pelo boi e por completar a prova. A principal peça é o gibão, que cobre os homens do pescoço à cintura, como se fosse um paletó de couro. Há também o guarda-peito, que é um pedaço de couro curtido, preso por meio de correias ao pescoço e à cintura.

A roupa ainda conta com a perneira, que é a calça de couro ajustada, que vai do pé à virilha, deixando o corpo livre para cavalgar. O que não pode faltar é o tradicionalíssimo chapéu do vaqueiro nordestino, que além de lhe proteger do sol, também protege de eventuais acidentes. A bota finaliza a vestimenta.

A quarta edição da Pega de Boi no Mato vai ser realizada nos dias 18 e 19 de maio em Machado Portela, a organização impecável dos Irmãos Sales e Nego garante pelo terceiro ano consecutivos a valorização da cultura do Gibão.

Mais informações pelo whatsapp (71)99396 3959

Tudo isso, claro, regado ao bom e velho forró pé de serra. Mais cultural, impossível!

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