Com o Brasil sendo apontado como o próximo epicentro da pandemia do novo coronavírus – já são quase 190 mil casos confirmados e mais de 13 mil mortes – , a Amazônia segue sem proteção e sendo destruída.
De acordo com o mais recente levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com dados do Deter*, o sistema de alertas de desmatamento, em abril houve um aumento de 64% na destruição da floresta.
Entre os dias 1º e 30 de abril, foram desmatados 405,61 km² de vegetação. Em abril de 2019, esse número foi de 247,39 km².
Ainda segundo o Inpe, de janeiro a abril deste ano já foram perdidos 1.202 km² de florestas, volume 55% maior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Em março, conforme noticiamos aqui também, a Amazônia já tinha registrado aumento de quase 30% no desmatamento. Além disso, os três primeiros meses de 2020 apresentaram o maior índice de devastação vegetal dos últimos cinco anos.
Recentemente, o governo exonerou dois chefes de fiscalização do Ibama responsáveis por operações contra garimpos em terras indígenas na Amazônia (leia mais aqui).
Não bastasse isso, em meio ao combate à COVID-19, a Medida Provisória 910/2019, que facilita a grilagem de terras públicas, autorizando a concessão dos títulos dessas terras a seus invasores e alterando a Lei da Regularização Fundiária – foi colocada em pauta no Plenário da Câmara dos Deputados por seu presidente, Rodrigo Maia.
Conforme a jornalista Mônica Nunes contou nessa outra reportagem detalhada, a MP da Grilagem, como está sendo chamada, teve sua votação adiada para a semana que vem, graças à pressão da oposição.
Enquanto isso, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que coordena o Conselho da Amazônia, criado em janeiro por Jair Bolsonaro, ao lado do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, afirmou esta semana “que o governo brasileiro não quer ser tachado de “vilão” em relação às políticas de preservação da Amazônia”.
Infelizmente, é impossível não pensar assim.
O governo garantiu que 3,8 mil homens das Forças Armadas trabalharão na Amazônia para conter o avanço do desmatamento ilegal e no combate aos incêndios na região.
Via Conexão Planeta