Oportunidade de compra de uma Fazenda na Bahia

OPORTUNIDADE DE COMPRA
Excelente Fazenda na Caatinga em Maracás, A 380 km de Salvador-Bahia-Brasil. Fazenda com 817 hectares, composta de: Casa com sede conservada, casa de trabalhador, curral, divisões de pastos, capim buffel e três represas dentro da propriedade.

A despeito de sua aparência árida, a caatinga possui uma grande biodiversidade que abrange diversas espécies vegetais com potencial de alimentar rebanhos. A conclusão é de estudo da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE) e pode auxiliar na orientação de criadores do semiárido brasileiro. “São identificadas hoje na caatinga cerca de três mil espécies vegetais. Continentes como a Europa não possuem a diversidade deste bioma, que só existe no Brasil”, destaca a zootecnista Ana Clara Cavalante, pesquisadora da área de Forragicultura e Pastagens da Embrapa.
 
 
 
Com extensão aproximada de 900 mil quilômetros quadrados, o semiárido brasileiro é caracterizado por distribuição irregular de chuvas e ocorrência frequente de secas. Tais fatores climáticos são limitantes para a produção pecuária, mas o bioma caatinga possui diversidade de espécies vegetais, nativas ou adaptadas, que podem contribuir, de forma significativa para a alimentação dos rebanhos, seja como pastagem ou manejadas na forma de feno, silagem ou adicionadas nas rações. O aproveitamento desta biodiversidade pode ser garantido e otimizado por estratégias adequadas de manejo das chamadas forrageiras – plantas para consumo animal.
 
 
Com isso, os produtores rurais têm variedade de plantas com distintas características, seja as chamadas leguminosas (espécies mais ricas em proteínas), gramíneas (úteis para formação de áreas voltadas ao pastejo), cactáceas e outras opções como a palma forrageira. Algumas dessas espécies com melhor potencial forrageiro são as leguminosas gliricídia, leucena, sabiá e catingueira; gramíneas como os capins Buffel, Gramão, Massai, Tanzânia; cactáceas como xique-xique, mandacaru e palma forrageira.
 
 
Alimentos durante a seca
 
Algumas dessas espécies têm apresentado possibilidades de manejo para compor, inclusive, reservas de alimento para os períodos secos, uma das maiores necessidades nos sistemas de produção animal de uma região com chuvas irregulares. A leucena, por exemplo, originária da América Central e México, foi adaptada à pecuária de semiárido com sucesso, por sua adaptação às condições ambientais. Ela tem sido utilizada pelos produtores como suplementação na forma de feno e silagem, compondo reserva para suplementar as dietas de animais nos períodos sem chuva, quando os capins ficam mais pobres em proteínas. 
 
 
Pesquisas da Embrapa indicam o bom potencial do feno de leucena para compor rações para caprinos, seja como suplemento ou como principal volumoso. Os ganhos de peso observados podem ser importantes para finalidades como a melhoria da qualidade da carne, pela antecipação na idade de abate dos animais.
 
Outra espécie que vem apresentando bom potencial em pesquisas da Embrapa é a catingueira. A planta tem sido usada por produtores na forma de feno da folhagem, como forma de suplementação. Experiências no Nordeste da Bahia verificaram a catingueira como importante fonte de alimentação tanto para rebanhos caprinos leiteiros, quanto para ovinos de corte. As pesquisas registraram cabras produzindo até seis litros de leite por dia com o consumo do feno associado a palma e concentrados. No caso de ovinos, podem-se encontrar, em pleno período de seca, animais em fase de crescimento, criados em pasto nativo, com até seis meses de idade, apresentando conformação corporal adequada para abate, consumindo uma mistura do feno com milho em grão.
 
Outras opções difundidas no semiárido atualmente são o cultivo de palma forrageira, espécie considerada de boa capacidade de adaptação, rusticidade e alta aceitação pelos animais, além das cactáceas nativas. A palma pode ser utilizada, inclusive, como fonte de água para os rebanhos durante a época seca do ano. Já as cactáceas, particularmente o xiquexique, o facheiro e o mandacaru, são também utilizadas no fornecimento de ração aos animais, apresentando bons desenvolvimentos em áreas de solos degradados.
 
 
 

Sobre as vantagens de investimento na Caatinga são:

De acordo com André Luiz, a criação de animais de pequeno porte é a mais indicada em territórios com longos períodos de estiagem. Numa região onde a água é um dos fatores limitantes da produtividade, animais menores são mais adaptáveis e garantem uma maior fonte de renda ao agricultor.  Para o veterinário, uma cabra, por exemplo, para ser produtiva e ter suas funções fisiológicas preservadas, precisa consumir de cinco a seis litros de água por dia. Se a esse animal for dado alimentos como palma ou algum cacto que tenha muita água, essa média cai muito. Em contraponto, um animal de grande porte, como a vaca, chega a beber de 50 a 60 litros de água por dia, se não estiver produzindo leite. Cada litro de leite tem uma demanda metabólica que aumenta muito o consumo de água da vaca.

A alimentação é outro fator que influi sobre a vantagem da criação de animais de pequeno porte na caatinga. Segundo o médico, na área onde pasta uma vaca, oito cabras podem se alimentar e com um impacto ambiental bem menor. Além disso, as cabras se alimentam de plantas ricas em ligninas, substância que dificulta a digestão, diminuindo a fome no animal – e essas plantas são muito presentes na região semiárida.

Por outro lado, quando se considera a produtividade da cabra, em relação a vaca, a renda obtida é muito maior. “Com uma cabra aqui na nossa região, se for feito um estoque de feno e selagem e ela não perder muito peso no período da estiagem, pode-se conseguir três partos, em dois anos. Nesse período de tempo, a cabra pode gerar, em média, seis cabritos”, explica André. A vaca se não for mantida presa e alimentada com ração, consegue no máximo um parto a cada dois ou três anos.

Animais de pequeno porte também geram aumento de renda por poderem ser vendidos com poucos meses de vida, acelerando a rotatividade no rebanho. O bezerro possui limitações como a maior lentidão no ganho de peso e o tempo para o abate que demora em média, se o bicho for mantido preso, três anos.

André Luiz explica ainda sobre como a origem histórica dos animais intervém de maneira direta na sua adaptação aos espaços. “A maioria dos animais ditos de produção hoje não são de origem brasileira. Todos vieram de fora, chegaram com os colonizadores”. Nesse sentido, ainda seguindo com o exemplo da cabra, esta, quando comparada ao gado, segue com vantagem, por ser um animal que possui origem em áreas de clima muito semelhante ao semiárido ou árido.

Quando se fala caprinovinocultura existe a ideia de que os animais podem ser criados sob o mesmo manejo, mas não é bem assim. Eles têm hábitos diferentes e André Luiz explica alguns deles:
  • A cabra é muito mais seletiva, come alto, como a gente fala. A cabra sai pastejando numa área muito maior, é uma folha no pé de planta aqui, escolhe outra, vai mais para frente. Já a ovelha possui um hábito alimentar mais rasteiro, come de cabeça baixa. Só fica em pé num umbuzeiro se for para pegar umbu lá em cima. A cabra sobe no pé de umbu, fica em duas patas para pegar uma folha, um fruto, uma flor.
  • A cabra, se tiver prenha e passar por qualquer necessidade nutricional, morre logo. A ovelha não. Ela chega até o final da gestação, morre no parto, mas não aborta para se proteger.
  • Além disso, a cabra tem um lado social muito mais forte de rebanho. Tem aquela cabra que manda, que come primeiro, que bate nas outras, que domina o rebanho. E a ovelha, o pessoal mesmo diz no interior, é mais bicho doido, baixa a cabeça e sai, às vezes, só se encontra ela há mais de 20, 30 km do local em que é criada.
  • A cabra, se tiver a água dela para beber e a caatinga der folha, para ela não precisa de chuva. O risco de verminose aumenta mais na cabra quando tem umidade, o problema de casco também. A cabra não gosta de estar molhada, de ambiente mais úmido.

Fonte: EMBRAPA/REDAÇÃO EM MULTIMEIOS

 
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