Avança o desmatamento da Mata Atlântica

O desmatamento na Mata Atlântica vem crescendo assustadoramente nas áreas da Mata Atlântica no Brasil. Segundo estimativas do último monitoramento, a expansão dessa devastação chegou a 57,7% em um ano, entre 2015 e 2016, quando o bioma perdeu 29.075 hectares, o equivalente a mais de 29 mil campos de futebol. O número foi apresentado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). O período (2014-2015), já havia registrado 18.433 hectares de expansão do desmatamento. No quadro comparativo de uma década, esse problema de expansão do desmatamento não registrava um aumento nessas proporções. Segundo os principais especialistas no assunto afirmaram que existe um intenso processo de desmonte das áreas preservadas pelo avanço agropecuário e expansão urbana. No período de 2005 a 2008, a Mata Atlântica perdeu 102.938 hectares de floresta, ou seja, média anual de 34.313 hectares a menos.

Neste período o Estado da Bahia apresenta os maiores avanços da devastação da Mata Atlântica. Os municípios baianos de Santa Cruz Cabrália e Belmonte lideram a lista dos maiores devastadores com 3.058 hectares e 2.119 hectares, respectivamente. Se somados aos desmatamentos identificados em outras cidades do Sul da Bahia, como Porto Seguro e Ilhéus, cerca de 30% da destruição do bioma no período ocorreu nesta região. A pressão e grandes investimentos na produção de celulose, expansão da agropecuária extensiva e até mesmo uma mudança climática local, devido ao longo período de seca, pode ter contribuído para aumento significativo de queimadas e destruição das matas nativas. 

Essa região baiana oferece um eco sistema rico e com  biodiversidade efetiva em que ações de sustentabilidade e preservação da Mata Atlântica poderia ampliar a economia regional e estimular o setor de turismo ecológico pela diversidade da paisagem agregadas pela riqueza cultural dos povos nativos da região, o artesanato em regiões de Porto Seguro, Eunápolis, Belmonte tem como matéria -prima principal a piaçava, essa espécie fica cada dia mais ameaçada pela expansão dos desmatamento nessa região.

A destruição de um patrimônio natural que poderia garantir um desenvolvimento ecologicamente adequado, desenvolvimento econômico e sustentável da agricultura familiar e alternativas em promoção de artigos artesanais com estimulo a economia criativa poderia frear a expansão da especulação agrícola. O monitoramento das atividades ligadas ao setor de celulose e agropecuários, identificando, aplicando multas e promovendo o reflorestamento e recuperação das plantas nativas da Mata Atlântica.

Segundo o diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, a situação é gravíssima e indica uma reversão na tendência de queda do desmatamento registrada nos últimos anos. “O setor produtivo voltou a avançar sobre nossas florestas, não só na Mata Atlântica, mas em todos os biomas, após as alterações realizadas no Código Florestal e o subsequente desmonte da legislação ambiental brasileira. Pode ser o início de uma nova fase de crescimento do desmatamento, o que não podemos aceitar.”

Descubra mais informações da Mata Atlântica assistindo o documentário “Redescobrindo a Mata Atlântica” produzido pelo Instituto Últimos Refúgios e com direção Leonardo Merçon. A biodiversidade rica e singular da Mata Atlântica, tanto em termos científicos, quanto em formas e cores, resultado da ação de milhões de anos de seleção natural. O manto natural verde das montanhas, com escarpas íngremes, é drenado por vales profundos, formando córregos e rios, que seguem ziguezagueando em direção ao mar.

O documentário “Redescobrindo a Mata Atlântica”, é uma narrativa visual que exalta as belezas da Mata Atlântica, tendo como personagem principal o Muriqui, o maior macaco das Américas. Dentro deste contexto, o documentário mostra a visão de pesquisadores, professores e estudantes que participaram do Programa Difusão da Biodiversidade.

O Programa Difusão da Biodiversidade da Mata Atlântica estimula, em crianças e adolescentes, o interesse pela ciência da biodiversidade e a introdução desses jovens em temas relacionados ao conhecimento e conservação da Mata Atlântica.

Fonte: Agência Brasil

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